O Papel central da Gestão de Pessoas na pauta ESG

Foto: American Public Power Association via Unsplash

Como o RH Estratégico pode ser o catalisador de profundas mudanças nas Organizações?

 

A conexão entre Sustentabilidade, parte crucial da agenda ESG (Environmental, Social, and Governance), e a área de Gestão de Pessoas é bem mais significativa do que se imagina. Em um mundo onde eventos climáticos extremos são uma das principais fontes de preocupação e ameaça, conforme destacado no recente Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial, as organizações enfrentam, com uma urgência cada vez maior, o desafio de adaptar suas práticas ambientais. Esse cenário exige uma transformação profunda, não apenas em processos, mas na cultura empresarial - e é aqui que a área de Gestão de Pessoas desempenha um papel fundamental.

 

Sensibilização e conscientização: o primeiro passo do RH Estratégico


O RH Estratégico pode iniciar um movimento interno de sensibilização sobre a Sustentabilidade, envolvendo primeiramente a alta gestão e posteriormente, conforme a receptividade e evolução do assunto, outros níveis hierárquicos até que chegue aos colaboradores. 

Este processo pode começar com debates liderados pelas lideranças de RH com a direção da organização, seguido por palestras com especialistas convidados e, então, alcançar o time como um todo. Ao final dessa jornada inicial de conscientização, uma compreensão mais abrangente do tema é desenhada, integrando as perspectivas de todos os públicos internos.

Autodiagnóstico: avaliação e planejamento


O próximo passo desse processo é o autodiagnóstico. A área de Gestão de Pessoas deve formar grupos de trabalho em diferentes níveis hierárquicos para debater as descobertas da fase de sensibilização. 

A colaboração com institutos e universidades é valiosa para avaliar o desempenho atual da empresa em relação à Sustentabilidade, com base em critérios bem definidos. Da mesma forma, fazer benchmarking com empresas que já avançaram nesta agenda e/ou contratar consultorias externas pode contribuir para que o projeto flua com mais assertividade na organização.

Fazer um bom autodiagnóstico é vital para entender onde a organização se encontra e para onde precisa se dirigir.


Matriz de Materialidade: definindo prioridades e ações

A matriz de materialidade é um instrumento estratégico para resumir os aspectos mais críticos que necessitam de atenção e ação imediata da organização. Com a colaboração da alta gestão, ações específicas são definidas, e um relatório anual é preparado para informar os stakeholders sobre as implementações a serem  realizadas, assim como sobre o andamento dessas iniciativas.


Políticas internas e programas de trabalho

Para que a Gestão de Pessoas contribua efetivamente em projetos estratégicos, como os relacionados à Sustentabilidade, é essencial conhecer profundamente os stakeholders. Isso envolve liderar a formulação de políticas internas que se alinhem aos anseios de cada público de interesse e traduzir essas políticas em programas de trabalho que se integrem com a cultura e os valores organizacionais.

 

O amplo horizonte do RH Estratégico

Embora a Sustentabilidade seja um bom exemplo, o papel proativo das lideranças de RH em temas estratégicos não se limita a um ou outro tópico específico. Tendências tecnológicas, sociais, ambientais ou de outra natureza que têm o potencial de causar transformações significativas implicam em mudanças comportamentais. E sempre que o fator humano está envolvido, é fundamental que o RH Estratégico procure ampliar seu entendimento sobre o negócio, sobre o contexto e se antecipe às oportunidades e desafios que surgem em decorrência dessas transformações.

 

Convite à ação


Este é um momento ímpar para a Gestão de Pessoas assumir seu papel estratégico nas organizações. A pergunta que se impõe é: estamos dispostos a conhecer cada vez mais profundamente o negócio, entender as transformações que impactam o cenário atual e propor esse debate para alta gestão? Tenho certeza de que nossa atitude pode fazer uma grande diferença na trajetória das organizações.




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